Direção-Geral da Saúde lança campanha para o uso
seguro dos antibióticos
A Direção-Geral da Saúde, através do
Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências a
Antimicrobianos (PPCIRA), lançam hoje a Campanha para a Utilização Segura de
Antibióticos PORCAUSA (PORtuguese CAmpaign for the safe USe of Antibiotics).
O PORCAUSA é uma Campanha no âmbito
da Literacia em Saúde, que pretende sensibilizar para a problemática da
resistência aos antibióticos e para a utilização segura e adequada dos
antibióticos. A utilização desnecessária ou excessiva de antibióticos não tem
qualquer benefício para o doente e promove a seleção de bactérias mais
resistentes e, portanto, mais difíceis de tratar. A crescente resistência das
bactérias aos antibióticos cria um cenário preocupante de progressiva perda da
efetividade do antibiótico.
Dados do Eurobarómetro continuam a
colocar Portugal abaixo da média Europeia no que diz respeito ao conhecimento
da população sobre os antibióticos, pelo que é fundamental a promoção de
campanhas de consciencialização do cidadão, enquanto parte ativa na tarefa de
preservação da efetividade do antibiótico através do seu uso responsável e
sensato.
A campanha estará nos meios de
comunicação Social de todo os País (rádios, televisões e jornais) durante as
próximas duas semanas, nos meios de transporte e nas redes sociais.
O lema da campanha é “Antibióticos é
tudo ou nada, NÃO TOME POR TUDO E POR NADA”. Tem três ideias chave sobre
antibióticos:
- Salvam vidas quando usados para
tratar infeções graves, mas não têm qualquer utilidade para tratamento de
infeções causadas por vírus, como gripes e constipações;
- São para tomar como o médico
indicar, e nunca sem o médico receitar;
- As medidas individuais para
prevenir infeções (como por exemplo a lavagem das mãos e a etiqueta
respiratória) são muito importantes.
O que significa a resistência aos antibióticos?
O uso de antibióticos é tão comum
atualmente, que algumas bactérias já se adaptaram aos antibióticos, de tal modo
que desenvolveram mecanismos de defesa que as tornam resistentes a estes
medicamentos. Quando estas se tornam resistentes à maioria dos antibióticos,
são chamadas de bactérias multirresistentes. Quanto mais usarmos os
antibióticos, mais oportunidades têm as bactérias de se tornar resistentes.
Quais as repercussões?
As infeções causadas por bactérias
multirresistentes são mais difíceis de tratar, levando a internamentos
hospitalares mais longos e a aumento dos custos económicos e sociais
relacionados com o tratamento. Em casos mais graves, pode ocorrer a morte
devido à infeção, se os antibióticos não forem eficazes
Uma grande preocupação é, no futuro,
deixarmos de ter antibióticos suficientemente eficazes para combater as
bactérias mais frequentemente causadoras de infeção.
O que podem os Cidadãos fazer para
PRESERVAR OS ANTIBIÓTICOS?
- Usar os antibióticos apenas
quando prescritos pelo seu médico – tem de haver uma razão e justificação
fortes para o fazer.
- Cumprir o esquema de toma do
antibiótico tal como o médico prescreveu, mesmo que os sintomas tenham
diminuído. Caso contrário, o antibiótico pode matar apenas as bactérias
mais vulneráveis, promovendo a resistência de outras.
- Não partilhar antibióticos com
outras pessoas, nem usar as sobras de antibióticos que lhe foram
prescritos anteriormente. Esses medicamentos podem não ser adequados para
diferentes tipos de infeção.
- Não pressionar os médicos para
a prescrição de antibióticos. Muitas vezes o tempo é o melhor remédio e o
antibiótico não traz qualquer benefício.
- Cumprir as boas práticas de
higiene para evitar a propagação de bactérias, através da higiene das mãos
e da etiqueta respiratória, evitando assim infeções.
- Vacinar-se, cumprindo o calendário das vacinas recomendadas, medida fundamental para reduzir o risco de aquisição de infeções.
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